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O Benfica resistia e causava problemas, mas o Bayern não perdeu a chance de detonar na reta final

Durante 70 minutos, o Benfica foi um adversário complicado ao Bayern de Munique na Champions League. Os encarnados seguravam o empate bravamente no Estádio da Luz, com boas chances de abrir o placar. Que a superioridade dos bávaros fosse evidente, com várias defesas de Vlachodimos e dois gols anulados, Neuer também precisou operar dois milagres para evitar os perigos lusitanos. Entretanto, bastou o primeiro gol alemão para que o time de Jorge Jesus desabasse e acabasse goleado por 4 a 0. Sané seria vital ao resultado, com um belo gol de falta que tirou o zero do marcador, além da participação em outros dois tentos. Coman também se exibiu em alto nível, enquanto Gnabry saiu bem do banco. Mesmo que os benfiquistas tenham causado problemas, a equipe de Julian Nagelsmann não teve piedade quando viu a brecha de atropelar.

Jorge Jesus escalou o Benfica num 3-4-3, com Odysseas Vlachodimos, Lucas Veríssimo e João Mário formando a espinha dorsal da equipe. Na frente, Roman Yaremchuk tinha as companhias de Darwin Núñez e Rafa Silva. Já o Bayern tinha como desfalque de última hora Julian Nagelsmann, que pegou uma gripe e ficou no hotel. Alphonso Davies e Leon Goretzka eram ausências importantes, com Lucas Hernández e Marcel Sabitzer em seus postos. Já na frente, Kingsley Coman voltava a ser titular após sua cirurgia cardíaca, deixando Serge Gnabry no banco. Leroy Sané e Thomas Müller eram os outros meias, com Robert Lewandowski na frente.

O Bayern de Munique tentou adiantar o serviço no Estádio da Luz e botou pressão durante os primeiros minutos. Parou no excelente primeiro tempo de Vlachodimos. O goleiro começou pegando um toque de categoria de Lewandowski, que estava ligeiramente impedido, antes de Sané mandar para fora num contragolpe logo aos cinco minutos. Pouco depois, seria a vez de Lewandowski aproveitar o cruzamento de Coman para cabecear e exigir mais uma defesaça de Vlachodimos. O jogo dos bávaros fluía bastante pelos lados, em especial na esquerda, com Coman.

Depois da pressão inicial, o Benfica conseguiu acertar sua marcação e diminuiu o sufoco, até ficando mais com a bola. Os portugueses melhoraram neste momento do jogo, apesar do perigo gerado por uma falta frontal de Sané que seguiu para fora. A equipe de Jorge Jesus apostava em bolas mais longas, o suficiente para gerar incômodo. Aos 29, Vlachodimos voltou a trabalhar num chute cruzado de Coman, desviando para fora. Mas Manuel Neuer também precisou intervir de maneira providencial na sequência. Depois de um lançamento, Darwin Núñez ganhou a jogada na força e soltou uma pancada na área, parando em milagre do goleiro.

O fim do primeiro tempo, todavia, voltou a pender para o Bayern. Os bávaros aumentaram o ritmo outra vez e iam criando oportunidade, mas sem sucesso na conclusão. Coman errou o alvo após cruzamento de Benjamin Pavard, enquanto Sané tirou tinta da trave na sequência. Já aos 42, Lewandowski chegou a balançar as redes após cruzamento de Coman, mas desviou a bola com o cotovelo e o tento acabou corretamente anulado após revisão do VAR. Para piorar, o Benfica ainda perdeu o capitão André Almeida, lesionado, dando lugar a Diogo Gonçalves.

O segundo tempo recomeçou com um bombardeio do Bayern. Seriam duas bolas na trave antes dos cinco minutos. Primeiro, Coman achou Pavard e Vlachodimos realizou uma defesa monstruosa com o pé, contando com o auxílio da trave para evitar o gol. Depois, Thomas Müller também carimbou o poste, em grande lançamento de Niklas Süle – embora o atacante estivesse impedido. Aos sete, o Bayern teve outro gol anulado. Coman fez um carnaval para cima de Diogo Gonçalves e tocou para Sané. Vlachodimos defendeu o chute, antes de Müller completar para as redes na sobra, mas o atacante estava impedido.

O Benfica só respirou quando saiu novamente ao ataque. E, num início de segundo tempo eletrizante, os encarnados também ficaram bastante próximos do gol. Diogo Gonçalves se redimiu com um lindo lance individual e bateu cruzado, buscando o ângulo, mas Neuer voou para espalmar de mão cruzada. Dois minutos depois, numa falta cobrada na intermediária, Lucas Veríssimo cabeceou e mandou ao lado da meta de Neuer, com o goleiro já batido. Ficava clara a intensidade das duas equipes, com o domínio do Bayern, mas um Benfica com possibilidade de vitória.

Neste momento, o jogo era suficientemente aberto. O Bayern teve algumas boas chegadas pelo alto, mas o Benfica acelerava no ataque e seguia causando problemas. Yaremchuk quase abriu o placar aos 23, numa arrancada pela direita em que chutou cruzado e viu a bola seguir para fora. Os bávaros ainda se acertavam, após Gnabry entrar na ala e a equipe adotar uma formação no 3-4-3. E o primeiro gol do time surgiu como um alívio, aos 25, numa ótima cobrança de falta de Leroy Sané. Num lance frontal, o meia chutou de chapa e com curva, tirando do alcance de Vlachodimos, finalmente superado.

O Benfica mudou de imediato, com Everton Cebolinha no lugar de Yaremchuk, enquanto Josip Stanisic entrou no lugar de Thomas Müller, deslocando Gnabry da ala para a meia. Entretanto, os encarnados desmoronariam nesta reta final do duelo, sem mais se acertar. O festival de gols começou aos 35, com o segundo tento dos bávaros. Gnabry cruzou e Cebolinha meteu a cabeça na bola inexplicavelmente, marcando contra o patrimônio. Aos 37, Gnabry deu o passe no meio da área para Sané, que quase se enrolou, mas conseguiu dar o presente para Lewandowski só escorar às redes vazias. Já aos 39, o Bayern encaixou um contra-ataque perfeito, com a assistência de Stanisic para Sané arrematar diante do vendido Vlachodimos.

Os minutos finais contaram com uma série de alterações e o Bayern, mesmo sem a mesma fome dos minutos anteriores, continuou mais ativo pelo quinto gol. O Benfica sentiu o baque e não conseguiu dar qualquer sinal de vida. Os dois minutos de acréscimos até foram favoráveis aos encarnados, por evitarem um sofrimento tão prolongado. Os portugueses fizeram um bom jogo enquanto resistiram, mas depois sucumbiram clamorosamente.

O Bayern de Munique só perde a primeira colocação do Grupo E com uma hecatombe. Os bávaros somam nove pontos, folgados na liderança. O Benfica segue na segunda posição, com quatro pontos. Quem agradece é o Barcelona, que derrotou o Dynamo Kiev mais cedo e encostou nos encarnados, com três pontos para os blaugranas. Os ucranianos só conquistaram um ponto.

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