Se no momento da fundação do Flamengo o remo despontava como esporte predileto dos cariocas, rapidamente, outra modalidade passou a dividir às atenções o público: o futebol. Sem dúvida, o Flamengo estava predestinado a desempenhar um papel de protagonista no cenário mundial.
Em 1911, ocorreu um conflito interno no Fluminense. Alguns atletas desejavam trocar de time, enquanto outros já almejavam desistir do futebol. Alberto Borgeth, um integrante do elenco do Flu, mencionou em criar uma área de futebol no Flamengo, onde já era remador. A intenção foi bem recebida, e em 8 de novembro de 1911, foi criado o Departamento de Esportes Terrestres rubro-negro.
O novo time chamou atenção e deu os primeiros passos treinando na Praia do Russel. No ano seguinte, ocorreu a primeira partida: uma grande vitória de 15 x 2 sobre o Mangueira, no campo da América. A escalação rubro-negra naquele jogo foi Baena, Píndaro e Nery; Coriol, Gilberto e Galo; Bahiano, Arnaldo, Amarante, Gustavo e Borgerth. No mesmo ano, o Fla faturou a sua primeira taça estadual.
A conquista veio com uma rodada de antecedência, após a vitória de 2×1 sobre o Fluminense. Riemer fez o gol do título. Além disso, o primeiro ‘manto’ foi a “Papagaio de Vintém”, quadriculada em vermelho e preto. Em 1914, a equipe passou a atuar com a “Cobra-Coral”, que tinha listras horizontais rubro-negras convivendo com listras mais finas e brancas e foi utilizada no primeiro título estadual. O manto Sagrado adotou somente listras horizontes vermelhas e pretas em 1916, quando o novo uniforme estrou em uma vitória de 3×1 sobre o São Bento.
Resumo da história do Flamengo
Após o tricampeonato estadual na década de 1970, a geração Zico alcançou voos ainda mais ousados. Em 1980, a torcida comemorou uma conquista do Brasileiro, em uma decisão emocionante contra o Atlético-MG, que venceu a primeira partida no Mineirão por 1×0 mas não conseguiu segurar os rubro-negros no Maracanã.
Zico e Nunes já haviam colocado o Flamengo à frente, mas viram o atleticano Reinaldo empatar por duas vezes. Com 2×2 no placar e o jogo se encaminhando para o fim, Nunes driblou o zagueiro Silvestre, venceu o goleiro João Leite e decidiu o título.
A final aconteceu em 1/6/1980 e o Flamengo, dirigido por Cláudio Coutinho, jogou com Raul, Toninho, Baiano, Manguito, Marinho e Júnior; Andrade, Carpeggiani (Adílio) e Zico; Tita, Nunes e Júlio César (Carlos Alberto). Zico terminou o campeonato como o melhor jogador e artilheiro, com 21 gols. Depois de ganhar a Libertadores e o Mundial na temporada anterior (1981), o clube conservou a base e faturou o bicampeonato brasileiro derrotando o Grêmio, campeão do ano anterior.
Vale salientar que o Rubro-Negro investiu e montou um time fantástico em 2019. De Arrascaeta, Rafinha, Rodrigo Caio, Filipe Luís, Gerson e Pablo Marí chegaram a formaram a espinha dorsal do time que chegou ao título sob o comando do espetacular técnico Jorge Jesus, que também chegou ao clube em 2019. Foi uma campanha irretocável e a confirmação do título aconteceu com rodadas de antecedência. Foram recordes e mais recordes atingidos por uma equipe que, sem dúvida, ficou marcada na história do clube, uma vez que também conquistou a Libertadores em cima do River Plate.
Em 2020, o Mengão manteve os seus principais jogadores e levantou a taça pela oitava vez. Agora, sob o comando do técnico Rogério Ceni. Gabigol, Bruno Henrique, De Arrascaeta, Rodrigo Caio, Filipe Luís, Everton Ribeiro, Diego Ribas, mais uma vez, se destacaram. Como se sucedeu em 2009, o time carioca conseguiu uma arrancada na fase final. Grandes vitórias como a sobre o Grêmio por 4 a 2, fora de casa, e sobre o Inter por 2 a 1, no Maraca, marcaram a campanha.
Hinos do Clube
Na verdade, o Clube de Regatas do Flamengo tem dois hinos, um oficial feito por Paulo Magalhães, goleiro do time de futebol e registrado na capa da partitura como Hymno Rubro-Negro, e um não-oficial — chamado Marcha do Flamengo, de autoria Lamartine Babo e registrado em 1950. Devido a sua popularidade em todo o Brasil, essa canção se transformou no hino oficial do clube.
“Uma vez Flamengo, sempre Flamengo
Flamengo sempre eu hei de ser
É meu maior prazer vê-lo brilhar
Seja na terra, seja no mar
Vencer, vencer, vencer!
Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer!
Na regata, ele me mata
Me maltrata, me arrebata
Que emoção no coração!
Consagrado no gramado
Sempre amado, o mais cotado
Nos Fla-Flu é o Ai, Jesus!
Eu teria um desgosto profundo
Se faltasse o Flamengo no mundo
Ele vibra, ele é fibra
Muita libra já pesou
Flamengo até morrer eu sou!”
Ídolos
O Flamengo conta com cerca de 40 milhões de torcedores que apontam diversos nomes de ídolos ao longo dessa história centenária. O atacante Gabigol já desponta como um jogador que se tornou em ídolo recente dos torcedores pelos gols importantes, as atuações e a personalidade irreverente.
Além disso, a torcida do ‘Mais Querido’ também comemora Adílio, Adriano, Evaristo de Macedo, Júnior, Júnior Biano, Alecssandro, Athirson, Carpegiani, Dida, Diego, Djmlminha, Domingos da Guia, Fio Maravilha, Gamarra, Gérson, Jorginho, Juan, Julio Cesar, Leônidas da silva, Nunes, Marcelinho Carioca, Obina, Leonardo, Petkovic, Paulo Nunes, Romário, Zagallo, Zico, Zizinho e tantos outros.
Patrimônio
Atualmente, o Flamengo é apontado como um dos clubes mais equilibrados do país. O patrimônio do Rubro-Negro contempla a sede social do clube, conhecida popularmente como Gávea, o Estádio da Gávea, o CT Ninho do Urubu, as dependências das categorias de base e a Arena de Beach Soccer Maestro Júnior.
Escudos
O escudo rubro-negro do Flamengo conta com um quadrado com as iniciais CRF entrelaçadas (Clube de Regatas do Flamengo) na parte superior esquerda, bem como oito faixas alternadas em preto e vermelho dispostas horizontalmente, assim como na camisa titular do clube.
Mascotes
O primeiro mascote foi o marinheiro Popeye, personagem de quadrinhos na década de 1940 (e, posteriormente, de desenhos animados). O conceito partiu do chargista argentino Lorenzo Mollas, que viu, no Popeye, a força e a persistência do Flamengo, além de óbvia ligação com o mar. No entanto, tal mascote nunca foi muito popular entre a torcida do clube.
Nos anos de 1960, as torcidas adversárias passam a chamar a torcida do Fla de ‘urubu’, em referência ofensiva à enorme quantidade de torcedores rubro-negros afro-descendentes e pobres. Esse apelido jamais foi bem aceito pelos torcedores, até maio de 1969. Na ocasião, um torcedor decidiu levar a ave para uma partida contra o Botafogo no Maracanã.
Na época, os dois clubes faziam o clássico de maior rivalidade pós-Garrincha. E o Flamengo não vencia o rival fazia quatro anos. Nas arquibancadas, os torcedores do Botafogo gritavam, como sempre, que o Flamengo era time de “urubu”. O urubu foi solto nas arquibancadas com uma bandeira nos pés e, quando caiu no gramado, a torcida vibrou: “é urubu, é urubu”.
O Flamengo venceu o jogo por 2 a 1 e, a partir daí, o novo mascote consagrou-se, tomando o lugar do Popeye. O cartunista Henfil, rubro-negro, tratou de humanizá-lo em suas charges esportivas em jornais e revistas, e o Urubu tornou-se um mascote popular. Em 2000, o mascote recebeu um desenho oficial e nome: Samuca. Mas, o nome não ganhou adesão entre os torcedores, que seguiram chamando de urubu.
Em 25 de maio de 2008, “Uruba” e “Urubinha” estrearam no Maracanã no jogo Flamengo X Internacional, válido pelo Campeonato Brasileiro de 2008. A partir de então, estão presentes em diversos jogos e eventos do Flamengo.