Em 7 de dezembro de 1913, o Estado do Pará, jornal de enorme prestigio da cidade de Belém na ocasião, reportou que alguns antigos componentes de outros clubes esportivos pretendiam se unir para criar o Paysandu Clube, em ações de remo e futebol. Ao todo, 42 pessoas apareceram.
Hugo Manoel de Abreu Leão, que era do Nort Club mas liderava o movimento para a fundação do novo clube, foi escolhido de maneira unanime para comandar esse início de trabalho. Levou Humberto Burlamaqui Simões para secretariá-lo, e, então, expôs o motivo da reunião, propondo que o nome do clube fosse denominado PAYSANDU FOOT-BALL CLUB. O nome Paysandu foi inspirado no episódio histórico “A Tomada de Paysandu”, no Uruguai.
O segundo encontro ocorreu em 10 de fevereiro de 1914 com um aumento de participantes. Posteriormente, Hugo Leão começou a tratar do uniforme da equipe e sugeriu camisa azul: camisa azul e branco em listras verticais, o escudo do clube com as iniciais “PEC” a altura do peito, calção branco. Ninguém mais se manifestou a respeito e o projeto Hugo de Leão foi aprovado por unanimidade.
Na terceira reunião, em 19 de fevereiro do mesmo ano, o nome foi alterado para Paysandu Sport Club. Ao ser lido, um documento solicitando a filiação do clube a liga paraense de futebol, apareceu essa ideia de alteração, colocada em votação e aprovada. E assim surgiu o Paysandu Sport Club: Que foi “FOOT-BALL CLUB” por 17 dias. Assim, o primeiro campo ao clube foi ao lado do Instituto LAURO SODRÉ, bairro do Souza. Era para treinos, mas foram feitos jogos amistosos.
O atual campo, na Almirante Barroso (antes Tito Franco), era da Firma Ferreira & Comandita, que inaugurou a 14 de junho de 1914. O Campo também é chamado “Vovô da Cidade” e da “Curuzu”. É do Paysandu graças a Leônidas Sodré de Castro, grande Alvi-Azul, cujo nome foi dado ao campo. Leônidas também grande influência na aquisição da atual sede e presidiu o clube de 1930 a 1931, fazendo parte de outras diretorias. Portanto, Sodré foi um dos pilares do clube.
Resumo da história do Paysandu
Domingo, 14 de junho de 1914, 16 horas, inauguração do campo da firma Ferreira & Comandita que, hoje, totalmente diferente, pertence ao Paysandu Sport Club. Muita gente, campo superlotado. A madrinha Mille Isolina Coutinho, batizou o campo com champanhe. Depois, campeonato de 1914, o primeiro Paysandu x Remo da história do futebol paraense.
A Primeira Equipe: Genaro Bayma de Moraes, Eurico Romariz (goleiro), Sylvio Serra de Moraes Rego, Jaime Bastos Cunha, Moura Palha (Gigi), George Mitchell, Matheus, Maurilio de Souza Guimarães, José Pinheiro Garcia, Hugo de Leão e Arthur Pereira Moraes. Em 1915, o time começou a mostrar sua grandeza ao acumular títulos após títulos. Por isso, o clube conseguiu ultrapassar os seus rivais em conquistar, mesmo fundado anos depois.
Vale salientar que o Paysandu é o único time da região Norte do país a participar da Copa Libertadores da América, na edição de 2003. Por isso, a equipe conta com o melhor desempenho de um time na competição, somando 70,83% de aproveitamento. Um dos poucos times do Brasil a vencer o Boca Juniors em La Bomboñera,
Além disso, o Paysandu é a única equipe do Norte do país a aparecer entre os melhores do mundo no Ranking de Clubes da IFFHS que faz o Ranking de Clubes para FIFA, figurando em 39º do mundo em 2003. Outro detalhe importantíssimo é que o Paysandu é o time do Norte do Brasil que mais esteve na primeira divisão do Campeonato Brasileiro com 20 participações.
Hino Oficial do Paysandu
O hino oficial do Paysandu Sport Club foi criado em 1920 com letra de José Simões e música de Manuel Luis de Paiva.
De vitórias e louros coroado,
Altivo, o Paysandu jamais temeu…
Tem um belo, honradíssimo passado,
São nobres as batalhas que venceu; BIS
Cada um de nós guarda no peito,
Valor e orgulho extraordinários;
Das nossas cores têm respeito
Os mais pujantes adversários.
“Lutar”! eis a divisa que trazemos!
“Vencer”! eis a esperança que nos guia!
Leais e destemidos seguiremos
A glória que o futuro nos confia!
Cada um de nós guarda no peito…
Somos jovens e ousados paladinos,
E sempre achar-nos-hão de gladio nú,
Elevando nos prélios mais ferinos
Com honra o pavilhão do Paysandu
Cada um de nós guarda no peito…
Amamos os combates! e na luta,
Como antigos heróis nos comportamos,
Por isso a voz do público se escuta,
Saudar o Paysandu com meus aclamos
Cada um de nós guarda no peito…
Ídolos do Papão da Curuzu
Com uma história fantástica no futebol da região Norte do Brasil, o Papão da Curuzu possui uma galeria de ídolos. A lista tem os goleiros Emerson, Ferreira, Jorge Mattos, Marcão, Ronaldo, os zagueiros Abel, Ademilton, Gino, João Tavares, Jorge Corrêa, Sérgio, Augusto, laterais, Aldo, Caim, Édson Boaro, Oliveira, Pau Preto, Sidoca, Yago Pikachu, os meias Belo Luis Augusto, Jobson, Nuno, Oberdan, Suíço, Roberto Bacuri, Vanderson, Velber, os atacantes Vila, Solá, Vandick, Zé Augusto, Hélio, Ércio, Mirandinha, Quarenta, Robgol, Dadinho, entre tantos outros.
Patrimônio do Paysandu Sport Club
O Estádio Leonidas Castro foi comprado pelo Paysandu em fins de Julho de 1918, por 12 contos de réis. Situado na Av. Almirante Barroso s/n, a popular “Curuzu” com capacidade para 16.000 pessoas. Recentemente, o local foi submetido a uma reforma para ampliação de sua capacidade para 20 mil, com 40 camarotes refrigerados, 1.800 cadeiras cativas, tribunas de honra, e arquibancadas numeradas conforme preceitua o Estatuto do Torcedor.
Além do estádio, o Paysandu também possui a sua sede social do clube na Avenida Nazaré, nº 404, CEP. 66035-170, no bairro de Nazaré em Belém do Pará, onde funciona a Presidência, Diretoria do Clube, Secretaria e Departamento Administrativo/Financeiro.
Vale salientar que o Paysandu ainda tem a sua sede náutica no mesmo endereço de sua inauguração em 1920, no largo do Carmo nº1, Bairro da Cidade Velha. Naquela época, a primeira embarcação recebeu o nome do clube. Em Belém, o Paysandu é o único clube que possui tanque para treinamento de esporte náutico.
Escudo do Paysandu Sport Club
Mário Bayma de Moraes sugeriu o formato do escudo do time, que teria um formato de Pé Alado. Ao elaborar o desenho, ele já tinha um significado em mente: ‘o objetivo da velocidade da equipe nunca seria igualado ou superado por seus rivais, uma vez que chegaria aos limites de voo. Além disso, o emblema tem duas estrelas cinzas referentes aos títulos brasileiros de 1991 e 2001 e uma estrela amarela de Campeão dos Campeões de 2002.
Mascote do Papão da Curuzu
O mascote do foi criado em 1948 pelo jornalista Everardo Guilhon com o codinome de “bicho-papão”. O jornalista se baseou no meio que o esquadrão de aço, como era conhecido a equipe do Paysandu naquele período, rendia nos seus rivais no campo. Com o passar dos anos, esse apelido se transformou no famoso “Papão da Curuzu”, o maior papão de títulos de futebol do Norte do País.